sábado, dezembro 28

2013, o ano das ruas com protestos

2013, o ano da rua

Fica registrado para as páginas da história que milhares de brasileiros saíram em protesto no mês de junho. Alguns foram mascarados. Outros, de posse do espírito cívico

Não foi só por R$ 0,20 que o “vem pra rua” tomou conta do Brasil. A insatisfação com o preço do transporte coletivo serviu de estopim para um grande movimento popular, que bradou por mudanças. Palavras de ordem contra a corrupção, a política, a realização da Copa do Mundo e a repressão policial saíram da boca dos que foram para a calçada. Tudo amplificado pelas mídias sociais.
No início de junho, o mote era o reajuste no preço de ônibus, metrô e trens em São Paulo, levando milhares às ruas da maior cidade brasileira. O movimento se espalhou por outras regiões: no dia 17 de junho, 12 capitais reuniram mais de 215 mil pessoas em protesto. Entre os gritos de “o povo acordou”, a certeza de que o movimento não seria pontual.
Nem tudo foi pacífico. Os paulistas e cariocas assistiram perplexos ao embate entre policiais militares e manifestantes – com balas de borracha fazendo sangrar até quem não tinha a ver com a manifestação. Em Curitiba, menos flores ainda. Cerca de 10 mil pessoas marcharam no dia 17 de junho, mas a paz acabou quando um grupo de manifestantes tentou invadir o Palácio Iguaçu. A tropa de choque da Polícia Militar entrou em ação. A fachada do prédio ganhou uma frase pichada: “Estado fascista”.
Poucos dias depois, mais violência: a bandeira do Para­ná, que fica hasteada em frente ao palácio, foi baixada, e o Centro Cívico, símbolo do poder político do Paraná, vandalizado.
No dia 20, novos protestos levaram mais de 1 milhão de pessoas às ruas brasileiras. A mobilização acabou em uma onda de violência e vandalismo. Em Brasília, o ato com 30 mil descambou para uma batalha campal. Houve ameaça de invasão do Palácio do Planalto e do Congresso, e ataques ao Itamaraty, Banco Central, três ministérios e à Catedral de Brasília. ´Na ocasião, o país aprendeu uma palavra nova - black bloc, movimento que usa a tática do confronto urbano, debaixo de máscaras.
A reação veio no dia seguinte: pela primeira vez, a presidente Dilma Rousseff (PT) fez um pronunciamento em rádio e TV sobre os protestos. Sua promessa, conversar com representantes dos manifestantes porque a “voz das ruas precisa ser ouvida e respeitada”.
Alguns prefeitos ouviram os protestos e reduziram os valores de tarifas de ônibus – em Curitiba e São Paulo o desconto foi de R$ 0,20. As manifestações perderam força, ainda que tenham ocorrido aqui e ali, de forma pontual. Ficaram duas certezas: a de que a insatisfação continua; e a de que os tempos mudaram.

Fonte: Gazeta do Povo
 
 
Republicado por: Reginaldo

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